A Confissão de Matvei

Introversões exteriorizadas.

19 agosto 2005

Latvija, Parte V, Césis, 19-7-2005

Early, as always... empacotamos uma vez mais as mochilas. Desta feita, em direcção a Césis. Decidimos utilizar o comboio. Na plataforma da estação, cruzamo-nos com uma míriade de vagões de petróleo que durante largos minutos cruzaram a linha. A água suja do noveau imperialismo russo desfilava em quilómetros de crude...
A viagem, apesar do cansaço, foi entretida... as always - era um bom cansaço.... de satisfação e conforto. A minha companheira resolveu ensaiar uns números circenses, com a intenção (aliás, bem sucedida), de me embaraçar perante os demais passageiros. Diga-se, em salvaguarda da minha honra, que levou troco.
A impressão inicial de Césis não foi deslumbrante. Aparentou tratar-se de uma cidade ruidosa e desorganizada. Essa imagem foi-se dissipando à medida que nos aventuramos pelo seu coração. Césis fervilha em torno do castelo parcialmente retratado na fotografia que ilustra estas linhas. Remonta ao Século XIII e pertence à Ordem Livoniana. A Igreja de S. João e o monumento à vitória, que homenageia os combatentes pela liberdade, completam a identidade histórica da cidade.
Contrariando a inicial aparência, Césis veio a revelar-se uma cidade tranquila e extraordinariamente agradável. Aqui aproveitamos para retemperar o corpo, que já vinha sentindo dificuldades em acompanhar a nossa determinação de calcorrear ruas e ruelas. Namorando em bancos de jardim, ocupamos o dia sussurrando palavras sentidas. Sentíamo-nos... e não nos sentíamos turistas.